A flor era perfeita, deslumbrantemente bela. Era a última da sua espécie, ainda que, consciente disso, nenhum estado de solidão a afetasse.
As suas pétalas emanavam o perfume característico dos seres divinos, aquele que os anjos transportam para as nossas vidas nos momentos mais impetuosos e que parecem capazes de abalar os alicerces imaginários que nos prendem a este nosso mundo.
A flor, assumindo a sua face mais insolente, viajou diretamente para o sonho que te encontravas a viver. Sem permissão, perfumou todos os cantos e recantos do teu espírito, enchendo a tua alma – imperiosamente – com o mais distinto dos sentimentos.
Ela não se esqueceu, por último, de se mostrar a ti.
Quando, naquela vasta planície,
Olhavas o céu e contemplavas o nosso Sol,
Quando estendeste os teus braços,
Somente para abraçares o calor que este te oferecia,
A flor, a última da sua espécie,
Voou para junto de ti,
Para junto do teu coração.
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