daqui. |
Com o revólver na mão, cadente, decadente, na direção do chão, desprovidos de energia para um infortunado disparo, arrastamos o nosso corpo por um futuro que não desejamos e que não procurámos. As cicatrizes causadas pela dor são as tatuagens da nossa alma, imutáveis enquanto não compreendemos que a luta que travamos contra o tempo é inglória e inconquistável.
A dor mordaz não se expressa através de lágrimas, de palavras ou de penitências. A dor é inexorável quando nos transforma no único deus do nosso olimpo, aquele que nenhum dos nossos é capaz de ver, de ouvir, de sentir, o deus de carne e osso que sentirá o frio gélido do rigoroso inverno que acompanha a dor, que sairá em busca do inferno para pôr fim ao tormento.
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