sábado, 22 de junho de 2013

Simetrias intelectuais

No limbo. Fleumático, olha para trás com indiferença e dá um passo em frente, na direção do infinito. Extasiado, agora, com a beleza imponente de um universo que desconhecia, viaja à velocidade da luz absorvendo tudo à sua passagem.

Fonte inesgotável de sapiência, era assim que encarava cada uma das viagens sem destino a que se propunha. E porque as viagens sempre trazem consigo sorrisos e um sem número de novas experiências, são como vidas dentro da nossa vida, qual elixir da juventude que retarda o inevitável.

Cada vez que sonhas, a tua mente viaja por locais para si desconhecidos. Porque, por muito que tentemos acreditar no contrário, não há sonhos iguais. E tão pouco existirão sonhos verdadeiramente partilhados, por muito idílico que se possa afigurar.

Cada mente é um poço sem fundo de virtudes, defeitos, convicções, valores, sonhos e até alguns pesadelos. Acreditar em simetrias intelectuais, é como apostar na mais improvável das improbabilidades, passe o sofrível pleonasmo.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Laivos de memória

Pensamentos que colidem entre si dentro da tua cabeça, como trovões que procuram abrir feridas na terra sob os teus pés.

Perdes laivos de memória, enquanto o teu passado se transforma numa nuvem particularmente incerta e caliginosa.

A nuvem rebenta numa chuva copiosa, que subitamente inunda a tua mente com imagens de um futuro que nunca viste, um futuro com as cores de um arco-íris sem segredos ocultos.

O passado já não o é, quando no presente te sentes renascido das cinzas, qual fénix que estende as asas a um mundo com mil e uma ciências por desvendar.

Olhas-te ao espelho, e não reconheces a imagem aí refletida. Quem és tu, afinal?


sexta-feira, 14 de junho de 2013

Sensações

Mostrar-te o mundo de olhos fechados. Dançar por entre a chuva que cai com veleidade, tocar no teu rosto quando o céu nos dedica as suas estrelas.

Arder por dentro com paixão e voar bem acima dos nossos sonhos, como uma bola de fogo que devora a razão e alimenta o amor.

Olhar-te nos olhos na escuridão e saber que sorris para mim. Sentir os teus longos cabelos ao vento, pressentindo a intempérie e abraçando-a sem receios.

Inspirar fundo, fitando o horizonte. Desviar o olhar para o firmamento, sentindo os raios de sol a iluminar-nos os espíritos.

Entender o sentido da nossa existência, sem a ambição de vencer o tempo.

A vida ainda agora começou.