domingo, 22 de julho de 2012

Ensaio sobre o ressabiamento

Sónia Guerreiro
Hum... então, vamos por partes.

Perfeito, só mesmo o nosso querido deus, que  ainda assim  se tramou quando quis brincar ao "vamos-ver-quem-é-o-primeiro-a-dar-a-dentada-no-fruto" (herege? Não sou perfeito, certo?).

Posto isto, é inequivocamente desnecessário  eufemismo para "estúpido"  invetivar (ainda que de forma muito subtil e harmoniosa) e censurar os outros, por "aqueles" defeitos que não somos capazes de reconhecer em nós próprios (mas que existem, e que nos conferem aquele sorriso e olhar especiais quando a cólera se incendeia dentro de nós).

Pureza intacta não existe (existiu, sim, antes da "dentada"), por isso seremos bem mais felizes se nos conformarmos com algumas das coisas que nos vão surgindo ao longo da vida, ao invés de andarmos de braços no ar com um placar a expor os ditos defeitos, qual menina sorridente num ringue de boxe.

Em suma, não fará sentido procurarmos uma desacreditação de nós mesmos de uma forma tão gratuita e, diria, irrefletida, pois essa será, certamente, a via mais fácil de nos tornarmos vítimas da nossa própria armadilha.


4 comentários:

  1. Cada vez mais penso dessa maneira.

    A menos que seja algo que vá realmente contra o que eu acho correcto e/ou prejudique as outras pessoas, é claro.

    Boa noite. :)

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  2. Ou seja, andamos num mundo desgraçado porque houve alguém que em tempos idos fez algo que agora é aconselhado, comer fruta...

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