Sónia Guerreiro |
Esperou, enquanto a lua embalava as noites e o sol amornava os dias. Esperou, sabendo que ele não mais voltaria, sabendo que a espera seria vã, como se esperasse o passado no futuro, ou o futuro no passado.
Esperou, alimentando a esperança que em si existia, com recordações que foi esquecendo. Porque a memória é traiçoeira, se o é.
Esperou, até se sentir exausta, como se acabasse de nascer e o ar lhe faltasse para poder chorar.
A espera foi madrasta para os sonhos que habitavam em si.
Ele quis reencontrar-te, eu sei que sim. Mas o caminho, o caminho já não tinha o mesmo chão...
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