segunda-feira, 25 de junho de 2012

O coração do nosso mundo

daqui.
Quando a música começou a tocar, aquela música que sempre me embalou o espírito, a paisagem assumiu um aroma agridoce. Os pássaros sobrevoavam aquele imenso campo bem lá no alto, tão alto que pareciam ser do tamanho de formigas, em círculos perfeitos que não o chegavam a ser.

O céu estava tingido de um laranja que eu nunca tinha presenciado, nunca, um laranja que tocava o horizonte e contagiava toda a terra ao seu redor. Era um laranja que enchia de sensibilidade aqueles que se encontravam desprovidos dela, emocionando todos os demais. Poderá, um momento destes, ser real? 

Os pássaros voavam ao sabor da música, aquela música que não era agridoce, mas simplesmente doce. O calor, o calor que se fazia sentir era bafejado por uma brisa fresca vinda das poucas árvores que me rodeavam. Senti-as felizes, e não o estranhei. Quando a essência dos seres nos toca o coração, somos capazes de ver a vida pintada com as cores do arco-íris. E a vida, assim, é sobejamente bonita.

Deito-me na terra, e olho o céu  uma vez mais. Fixo o meu olhar num ponto distante, e sorrio. Começa a cair uma chuva miudinha, muito miudinha, que por momentos me arrefece o espírito. Sinto o coração do nosso mundo a bater, cadenciado, numa harmonia perfeita. 

A natureza, dentro de mim, ardente, ébria, chama pelo meu nome. A música não pára, e eu sou, uma vez mais, verdadeiramente feliz.


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