daqui. |
O céu estava tingido de um laranja que eu nunca tinha presenciado, nunca, um laranja que tocava o horizonte e contagiava toda a terra ao seu redor. Era um laranja que enchia de sensibilidade aqueles que se encontravam desprovidos dela, emocionando todos os demais. Poderá, um momento destes, ser real?
Os pássaros voavam ao sabor da música, aquela música que não era agridoce, mas simplesmente doce. O calor, o calor que se fazia sentir era bafejado por uma brisa fresca vinda das poucas árvores que me rodeavam. Senti-as felizes, e não o estranhei. Quando a essência dos seres nos toca o coração, somos capazes de ver a vida pintada com as cores do arco-íris. E a vida, assim, é sobejamente bonita.
Deito-me na terra, e olho o céu – uma vez mais. Fixo o meu olhar num ponto distante, e sorrio. Começa a cair uma chuva miudinha, muito miudinha, que por momentos me arrefece o espírito. Sinto o coração do nosso mundo a bater, cadenciado, numa harmonia perfeita.
A natureza, dentro de mim, ardente, ébria, chama pelo meu nome. A música não pára, e eu sou, uma vez mais, verdadeiramente feliz.
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