sábado, 19 de março de 2011

A Lua


Todas as noites da sua vida, recuando até ao passado distante que a memória lhe permite recordar, a menina, hoje mulher, ía à janela contemplar a Lua.
As noites de Lua Nova, fenómeno que, durante muito tempo, se revestiu de enorme mistério para si, sempre foram as noites que mais lhe custaram a passar. Em todas as outras, as quais, para seu grande júbilo, preenchiam a maior parte do calendário, a menina despendia largos minutos a pedir conselhos, bem como alguns desejos, ao mais bonito dos astros satélite do nosso vasto sistema solar.
Apesar de nunca ter tido forma de o demonstrar, foi crescendo, no coração da Lua, um enorme sentimento de compaixão e amizade pela menina que, todas as noites, procurava junto de si um pouco de companhia.
Os anos foram passando, à medida que, sob o olhar atento da Lua, os sonhos da menina íam amadurecendo. Há muito que a Lua tinha conhecimento do seu sonho mais bonito, aquele em que esta conhecia o seu grande amor.
No dia em que a menina concretizou o seu sonho, a Lua não conseguiu conter a sua felicidade, tendo, na noite imediata, adquirido um tamanho admiravelmente encantador, combinado com uma tonalidade alaranjada apenas observável em momentos especiais como este: estava verdadeiramente feliz.
Pois aproveitemos hoje, a noite, para pedirmos à Lua os nossos desejos mais belos... ela está à nossa espera!


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