domingo, 27 de dezembro de 2009

Sempiterno


As nuvens cercavam o Sol, deixando-o num estado de timidez latente. De soslaio olhava para a Lua, que tão simplesmente o ignorava.

Alheia a estas vicissitudes andavas tu, correndo como se não houvesse um amanhã.

A jornada não tinha destino, não tinhas uma meta à tua espera. Corrias porque sim, enquanto as nuvens começavam a chorar.

Lágrimas de água doce escorriam pelo teu corpo, convidando a terra sob os teus pés a dar vida ao mundo.

As flores pareciam renascer, as árvores tocavam agora o céu. O Sol perdia a timidez ao ver a Lua adormecida.

Nada te detinha, e a corrida parecia não ter fim. Os pensamentos emergiam à mesma velocidade que a paisagem ficava para trás. Qual era, afinal, o teu destino?

E quando o corpo começava a enfraquecer, e a pergunta ganhava forma, eis que vislumbras a sua figura ao longe.

E foi num ímpeto que correste para mim, rasgando o ar que nos separava.

Enquanto o Sol for Príncipe, e a Lua a sua Princesa, o nosso abraço será sempiterno.


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