domingo, 13 de dezembro de 2009
O amor
O destino de cada um estava traçado desde o nascimento do Universo. A cadeia de acontecimentos despertada pela grande explosão determinou o seu encontro naquele dia, naquele local, naquele instante.
Estava escrito que ela apareceria vestida de branco. Era Verão, e os seus longos cabelos loiros davam sentido à palavra harmonia. Seria o acaso que lhes daria a oportunidade de se olharem, de sorrirem um para o outro, dela ruborizar e dele proferir um “Olá…”.
Mas deus, num celestial acesso de fúria, abriu a terra no local predestinado. Irado com os vitupérios que se iam dizendo a seu respeito na Terra, não vislumbrou outra alternativa senão aquela.
E o mundo, tal qual o conhecemos, ficou dividido em dois. O medo incendiou-se dentro do coração de cada um, não deixando espaço a qualquer outro sentimento. Apenas se vislumbravam seres errantes vagueando por cada meio mundo.
Aos mais resistentes, nos quais o medo não venceu o amor, nasceram asas de Anjo. E foi, num conúbio perfeito, que esse amor voltou a unir o mundo. Porque, sem amor, nunca nada será possível.
Os, até então, quase amantes, puderam então ser amantes em pleno. O desígnio estava, de facto, desenhado.
Quanto a deus, este não foi castigado. Pois deus está em todo o lado, e – ainda assim – nunca se deixa apanhar...
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