Da mesma forma que beber não é compatível com a condução (é fácil de entender porquê), fumar não combina nada bem com a prática de desporto.
Tenho amigos que fumam, naturalmente. Uns até, já crescidos, fumam às escondidas (e isto lembra-me sempre a história do meu cão que, ainda antes de alguém se aperceber da asneira que fez, denuncia a mesma através das orelhas caídas e do ingénuo semblante de culpa).
No entanto, de entre aqueles que fumam, apenas alguns me perturbam o espírito. Refiro-me àqueles que, por hipótese, fumam ene cigarros por dia, correm outros tantos quilómetros por semana, e ainda vão levantar uns pesos ao ginásio (missão cumprida?). Meus amigos, eu pergunto-me: porquê?
Sempre me deixei entusiasmar por paradoxos, o que me traz à memória outra história. A história do homem mais sortudo do mundo, que todos os dias acordava feliz e que, no mesmo instante, dizia para si mesmo: "Eu adoro viver!". Só que acontece que o homem tinha um estranho costume: todos os dias pegava no seu revólver, cujo tambor guardava apenas uma munição, rodava este último como quem roda uma roleta e premia o gatilho com a mesma descontração de quem se espreguiça pela manhã.
Um dia, teve azar.
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
A ti
Não sei o que sentirá quem se vê forçado a contemplar o nosso mundo de longe, que tipo de saudade lhe correrá nas veias e irromperá do coração, privado de tudo aquilo que conhecemos.
A solidão profunda é uma força impetuosa e devastadora, que nos corrói por dentro até ao âmago do nosso ser, que nos descaracteriza e nos torna num estranho aos nossos olhos quando miramos a nossa imagem refletida num qualquer mar de profunda tristeza.
Por isso choro, sim, quando viajo para bem longe daqui e te vejo prostrada à beira-mar, perdida por entre pensamentos que, de forma veemente, buscam a distorção da realidade num sonho que já não volta, um sonho malogrado num abismo despojado de quaisquer emoções ou desejos.
Choro por ti de cada vez que viajo ao passado, antes ainda de te conhecer, e te encontro solitária, sem chão, entregue a pensamentos que, de modo fugaz, procuram uma explicação para aquilo que não é justo, aquilo que nem mil anos de reflexão ajudariam a entender.
Somos mais felizes quando nos entregamos à natureza, ao sabor do vento que desfolha as árvores, à brisa ligeira que sopra do mar, ao imenso céu que todos os dias nasce com uma nova esperança.
Não é por mais que eu escolhi entregar-me a ti.
A ti.
Somos mais felizes quando nos entregamos à natureza, ao sabor do vento que desfolha as árvores, à brisa ligeira que sopra do mar, ao imenso céu que todos os dias nasce com uma nova esperança.
Não é por mais que eu escolhi entregar-me a ti.
A ti.
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