quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Vaticínios

Sónia Guerreiro
Parar. Pensar. Refletir.

Naquilo que deixámos de fazer, mas que nos tornava superiores. Naquilo que fazemos, apenas porque sim. Naquilo que deixamos por fazer, porque a inércia é mais forte que nós.

Não caminhamos para novos, qual verdade de La Palice.

O coração, quérulo, respira fundo, ao mesmo tempo que pede um novo fôlego.

Os segundos parecem ora passar devagar, ora passar depressa, demasiado depressa. Curiosamente, alguém me disse que passam sempre com a mesma cadência, como as gotas que caiem de uma torneira mal fechada. Não sei se hei de acreditar, pois ainda agora pareceu-me ver o tempo parar.

E, com o tempo parado, consigo ver o futuro. E, deixa que te conte, é deveras estranho veres-te num tempo que ainda não passou, que ainda está por vir, a rasgar o racional que existe em ti e que te ordena a acordar, pois de um sonho não poderá passar.

Um sonho viciador, como uma droga que nos corre nas veias e que nos arrebate o espírito, que nos impele a respirar fundo com o coração, a agarrar no tempo com as duas mãos, mãos sofridas pelo áspero labor do quotidiano, e a mandá-lo para trás das costas.

O futuro? Nunca o verás através de uma bola de cristal. O futuro está diante de ti, a cada segundo que passa, ora devagar, ora depressa... demasiado depressa.


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