Querida irmã, sangue do meu sangue, orgulho do meu orgulho. Partilho contigo a minha incomensurável vontade de chorar. Não é sempre, é certo. Mas o resultado é, inevitavelmente, sempre o mesmo. As lágrimas que quero chorar, as lágrimas que guardo dentro de mim, temo que não sejam minhas. Serão tuas? Pergunto-me se, num acto incondicional de amor, não terás assumido as rédeas da minha mágoa, da minha dor profunda, da minha inquietude visceral? Serás tu quem chora as minhas lágrimas?
Tenho saudades dos dias passados a brincar contigo. A vida, então, era bucólica, um poema com início, mas sem fim. O tempo não tinha pressa, os nossos risos e sorrisos enchiam de cor as paredes dos nossos quartos.
Desejo, com todas as forças que tenho, que um dia possamos voltar a estar mais perto um do outro. Porque a vida, mais perto, tem mais sentido. Porque a vida, mais perto, pede ao tempo para esperar.
Que as lágrimas de hoje, dêem lugar a sorrisos amanhã.
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