terça-feira, 26 de março de 2013

Sonhos vão, sonhos vêm


Ela deteve-se diante da fonte mágica.

Assim lhe chamavam, mágica, não pela sua essência, mas pela magia que nela era depositada por aqueles que a visitavam.

Mergulhou ambas as mãos na água, diáfana e gélida, como o coração daqueles que nada esconde e que nada ama.

Água fria, muito fria, certamente insípida e, ainda assim, mágica, como o coração daqueles que nunca sorri e por vezes chora.

"Nunca desistas dos teus sonhos". É o que nos dizem, desde cedo, vezes sem conta ao longo da nossa vida. Porquê? Porque o contrário é demonstrativo de fraqueza? E quando os sonhos são irrealizáveis, utópicos, absurdos? Não será a desistência um sinal claro de inteligência e sensatez?

Com as mãos já entorpecidas pelo frio, a frase errante não lhe saía da cabeça. Desperta, por fim, ao ouvir o seu coração chamar por si. "Está na hora".

Sonhos vão, sonhos vêm.

Que o fim de um sonho te traga sempre o sorriso que precisarás para abraçar o próximo.


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