Ele abraçou-a durante um tempo que pareceu decorrer desde o nascimento do Universo até aos dias de hoje. Um tempo que, ainda assim, foi pouco para revelar todos os sentimentos que por ela nutria.
Tendo como último desejo, nesta vida, sair dos seus braços, ela olhava-o com ternura.
A ligação que os unia, invisível ao olhar humano, era como uma fortaleza inquebrável, de uma magnitude divina que até nos descrentes gerava incompreensão.
Se o amor é o motor deste mundo, o Santo Graal desta vida, questiono-me porque razão teremos que viajar até às estrelas, na esperança de alcançar a magia que não encontramos dentro de nós?
Questiono-me se haverá paradigmas por refutar, que nos libertem desta melancolia que nos entorpece o espírito, que nos impede de sermos majestosamente felizes?
Se aquele abraço que não se vê, porque invisível o é, mas que se sente como um raio de sol, porque as flores faz girar...
Se aquele abraço que não se vê, existir uma vida inteira, se tiver nascido no dia em que nascemos, bem antes de termos trocado o primeiro olhar...
...seremos ingénuos, muito ingénuos, se não acreditarmos que somos feitos da mesma matéria, que fomos feitos um para o outro.
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