A flor que te quis oferecer, semeei-a no teu jardim, exatamente no seu centro, longe da atenção dos pássaros que por ali esvoaçavam todas as manhãs e de todas as restantes flores protegidas pelos respetivos canteiros.
A flor que te quis oferecer, crescia com o mesmo entusiasmo que a minha paixão crescia por ti, verdadeiramente inebriada. Era uma flor que ganhava vida com os primeiros raios de sol matutinos, que ganhava o seu esplendor máximo quando o astro rei atingia o seu ponto mais alto no vasto céu azul.
Quando caía a noite, a flor fechava-se em copas no seu mundo, não deixando, no entanto, de perder um pouco que fosse da sua doce beleza.
Naquele pedaço de terra, até as ervas daninhas apresentavam um sentimento de especial devoção pelo ser mais belo do jardim, não se atrevendo, nunca, a chegar-lhe perto.
No dia em que a flor se tornou adulta, não fui capaz de a arrancar do solo. Eu não tinha esse direito.
Contudo, havia chegado um outro momento.
Contudo, havia chegado um outro momento.
Trouxe-te até mim, até junto da flor que agora mesmo te ofereço.
Pois foi sob o olhar atento da tua flor, que por ti declarei o meu amor.
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