sexta-feira, 21 de maio de 2010

A vida, para além da...


A tua vida era um rascunho. A humildade e inocência que imprimias ao teu quotidiano, permitiram-te ganhar o respeito e o carinho de muitos.

E porquê um rascunho? Não suportavas a arrogância de uns quantos que te rodeavam, a altivez a que recorriam para atingir os seus objetivos, a sobranceria característica dos fracos.

Foste riscando, do teu diário, os dias menos bons. Se tivesse tido de escolher entre ti e deus, a escolha não teria sido difícil: eras perfeita.

Os dias maus foram aumentando. Procuravas, nos meus braços, o calor eterno de quem te amava. E eu amava-te.

Deixaste de olhar para as estrelas. Abraçavas-me, com força, sem conseguires conter as tuas doces lágrimas. O quanto me custava ver-te chorar.

Escolheste o caminho mais fácil. Nunca conseguirei aceitar a tua partida.

Quando chamas por mim e eu não te ouço, quando sinto os teus passos e não te vejo, o meu coração fica mais pequeno. E é nesses momentos que choro as tuas lágrimas.

Ainda hoje te sinto perto, muito perto, quando corro atrás do vento.


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