domingo, 24 de maio de 2015

Com sentimento, sem razão.

Sónia Guerreiro
No teu coração, o sol põe-se tarde, quando a brisa que nos acalenta o espírito ainda sopra com uma fragrância primaveril. O dia nasce veraneante, sempre, nos teus grandes e bonitos olhos. À tua passagem, quando o sol atinge o seu momento mais glorioso, caduca-se o que efémero já o era. Mas o ciclo não termina aqui, pois enquanto danças sob a chuva invernosa que nunca se esquece de nos lembrar o quão maravilhoso é o nosso mundo, enquanto os teus pés descalços acariciam a terra húmida que nos dá vida, nascem as flores que nos animam a acreditar que, neste nosso cantinho, tudo é possível. E podemos, nesse momento, meditar sobre os desígnios que aqui nos trazem, com sentimento, sem razão, de olhar profundo no horizonte das nossas almas, questionando o que deve ser questionado, chorando e rindo até que nos falte o ar.