quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Furacão

daqui.
Um furacão de emoções arrebatou-me o peito, feriu-me de morte o espírito, vindo de um céu azul bem longínquo, um céu por nascer num amanhã que talvez não chegue.

Mas a vida não é o amanhã, a vida não é o ontem que já foi, a vida é este preciso momento, o agora que sempre o será. A vida são os vinte e um por cento de oxigénio do ar que inspiramos a todo o instante.

E tu com medo de dançar, porque o chão te foge dos pés. Com medo de voar, por te faltarem as asas. Com medo de arriscar, porque receias perder o nada que tens.

Desapega-te das ligações ilusórias que te prendem a este chão que não é teu. Egoísmo crónico o nosso, que nos impele a chorar por aquilo que não é digno de lágrimas, que nos leva a esquecer o quanto sofreram os nossos antepassados para termos aquilo que temos hoje.

É esta mortalidade com que nascemos que dá cor à vida, vida que tantas vezes nos parece madrasta.

Mas tu não queres uma vida a preto e branco. Queres um arco-íris de vida.

Segura a minha mão. Está na hora de despertar.