É a fotografia perfeita de um sonho antigo. O areal extenso e plano, o céu azul e penetrante, o mar sereno ainda longe, a brisa marítima com o seu aroma característico, um silêncio absoluto.
A mente vazia, e um silêncio imperioso. Apenas tu, e o silêncio.
Não sabes porque te encontras ali. Olhando através dos teus olhos, diria que o tempo te paralisou, como se de repente ao mundo lhe faltasse corda, e tudo o que nele existe permanecesse inerte.
Momentos assim, na nossa vida, não os há. Quem o diz? Digo-o eu, sem certeza do que digo.
Um sonho não é local para reflexões. Há que libertar a mente quando inspiramos o ar puro que nos impregna os pulmões de dúvidas que procuram resposta, quando nos encontramos genuinamente acordados e sem torpores que nos afetem o espírito.
A procura incessante - daquela resposta que tarda em chegar - nem sempre é profícua, quantas vezes caliginosa.
Aceitemos a vida como ela é, mais ou menos fulgente, lutando cada dia por um amanhã melhor.
Se numa dessas lutas te deparares com a tua consciência, então a tua vida terá, certamente, um propósito.