domingo, 30 de janeiro de 2011

Vamos sonhar


Sabias que... nas noites em que acordas a meio de um sonho e o consegues trazer para a realidade, esse sonho ficará para sempre registado no nosso mundo? E sabias que... se o sonho tiver algo de fantástico, algo que o mundo nunca antes tenha visto, ele fará de ti alguém especial?

E se a quimera suplantar a realidade, se a fantasia se apoderar do nosso mundo, que então seja para nos tornar super-heróis, capazes de eliminar todo o mal atávico que nos acompanha desde sempre.

Vamos sonhar... com todas as nossa forças!


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A carta


A carta acabara de cair aos seus pés, transportada pelo vento. Quando terminou de a ler, sentiu-se perdida. As palavras registadas naquele pequeno pedaço de papel tiveram o condão de lhe imprimir um sentimento de tristeza como nunca antes tinha vivido. A única coisa que se viu capaz de fazer naquele momento foi fechar os olhos, desejando que tudo aquilo não passasse de um sonho mau.

De olhos fechados, e com o vento a soprar sorrateiramente, a leveza que em seguida sentiu deixou-a perplexa. Podia jurar que o seu espírito se desprendia do seu corpo, algo que lhe começava a permitir esquecer a melancolia que a atingira momentos antes.

A perplexidade inicial foi prontamente substituída por um medo imenso, ao mesmo tempo que, instintivamente, abria os olhos e se deparava com uma nova realidade, uma espécie de versão acelerada da realidade que conhecemos. Pôde ver-se a si, estendida naquele chão de erva rasa e num estado de enorme desgosto, com os seus cabelos loiros resplandecendo e os seus olhos chorando rios de lágrimas.

Pois naquela extraordinária realidade, a vida apresentava-se sôfrega. Foi num ápice que as suas lágrimas, entranhadas por terra adentro, deram origem a uma lindíssima flor. No instante seguinte, uma rajada de vento inusitada arrancou do solo, com violência, a flor, transportando-a, pelo ar, até aos meus pés. Espantado, agacho-me e apanho-a, sentindo um súbito estremecimento.

Tiro do bolso do casaco uma folha de papel e uma caneta, que rapidamente dão origem à carta que a fez chorar.

Pergunto: em que realidade vivemos nós?